Técnicos da Uerj promovem Dia “D” pelos auxílios e cobram respostas diretamente à Reitoria

Os técnico-administrativos realizaram um grande ato no Hall do Queijo na manhã desta quarta-feira (31/07) para cobrar da Administração da Uerj a volta do pagamento dos auxílios Saúde e Educação, suspensos desde março deste ano.

No início da manifestação, a coordenadora geral Cassia Gonçalves afirmou que cabe à Reitoria buscar junto ao Governo os recursos necessários para o pagamento dos auxílios e efetuar a parametrização deles nos contracheques.

A coordenadora geral Regina de Souza ressaltou a importância dos auxílios para os trabalhadores, já que estes benefícios representam um alento para os trabalhadores, que estão com salários defasados. Além disso, acrescentou, os benefícios compuseram o planejamento familiar dos trabalhadores e retirá-los resulta em um grande baque no orçamento doméstico.

Apesar de a manifestação ter sido aprovada na assembleia do dia 09/07, a mobilização estudantil promovida na última sexta-feira (26/07) e que resultou na ocupação da Reitoria foi amplamente citada. A solidariedade ao movimento estudantil pela revogação do Aeda 038, que corta direitos e reduz valores de outros, foi unânime.

Nesse sentido, a coordenadora Cassia reivindicou a revogação do Aeda 038 e a ampliação do diálogo sobre a questão com a comunidade universitária. E reiterou que falou para a reitora, em reunião na última segunda-feira (29/07), que a fundamentação do Aeda deveria ter sido amplamente apresentada à comunidade antes de sua publicação durante o período de férias dos estudantes.

Os servidores ressaltaram que a luta não é apenas por direitos, mas pela própria instituição, pelas garantias de seu pleno funcionamento. Nessa perspectiva, o conselheiro universitário Jorge Luís Mattos (Gaúcho) reiterou o perigo pelo qual passa a Uerj e, em especial, os técnico-administrativos com a regressão de um aposentado da categoria T2 para T1, resultando em uma redução remuneratória de R$ 1.700,00, e que pode atingir inclusive servidores da ativa.

Diversos estudantes também fizeram uso da palavra para defender a legitimidade da mobilização, enfatizando o perfil socialmente diversificado do corpo discente da Uerj e a necessidade da garantia de permanência dos mais vulnerabilizados.

Cobranças à Reitoria

Durante a manifestação, os servidores decidiram ir cobrar diretamente uma resposta aos mandatários da universidade. Com a ocupação do espaço da Reitoria pelos estudantes, os servidores foram até espaço onde provisoriamente está funcionando um gabinete de crise criado pela Administração da universidade. No local, uma comissão formada por cinco servidores foi recebida pela reitora, Gulnar Azevedo, e o vice-reitor, Bruno Deusdará.

Representando o Sintuperj, a coordenadora geral Regina de Souza reiterou a necessidade de retomada do pagamento dos auxílios Saúde e Educação e os grandes prejuízos à categoria ocorridos pelas suas supressões. Disse ainda que não há como retroceder em direitos. E questionou de que forma a situação pode ser resolvida, colocando o Sintuperj à disposição para contribuir para a construção de soluções.

Sobre o movimento estudantil, Gaúcho defendeu a revogação do Aeda 038 e o estabelecimento de maior diálogo com a comunidade universitária. E que a sua edição durante as férias dos estudantes não foi uma ação politicamente prudente. Disse ainda não ser demérito dar um passo para trás para conseguir dar dois para frente.

Deusdará garantiu que desde o início da atual gestão a Reitoria tem o compromisso com o pagamento dos auxílios. Afirmou ainda que universidade foi enganada quanto à sustentabilidade do pagamento destes benefícios. Reiterou que a atual gestão está em constante diálogo com órgãos estaduais como Secretaria de Planejamento e Casa Civil, e até com o Ministério da Fazenda com o objetivo de instituir os auxílios nos contracheques para assim dar-lhes garantias legais. Além disso, paralelamente, também se está buscando a majoração do auxílio alimentação.

Gulnar afirmou que uma das prioridades da universidade, inclusive para as entidades representativas, é lutar por mais orçamento. Explicou ainda que os auxílios não têm sustentação financeira porque foram medidas emergenciais ancoradas na pandemia, reiterando que, neste momento, não há recursos para pagá-los. Ratificou ainda tem buscado diálogo com Legislativo e Executivo para conseguir suplementação orçamentária, e que a universidade está vivendo por antecipações e “malabarismos” orçamentários. Afirmou ainda que a luta maior deve ser por reajuste, que é implantado por lei, portanto em contracheque.

Por fim, a reitora da Uerj afirmou que a Administração da universidade continua empreendendo todo o esforço para garantir os auxílios Saúde e Educação e a majoração do auxílio alimentação.

Ao final da reunião, a comissão de servidores levou os informes aos demais servidores que se mantiveram em vigília do lado de fora.