Criado pela Constituição Federal de 1988, a nossa Constituição Cidadã, e regulamentado pela Lei Federal nº 8.080, de 1990, o Sistema único de Saúde (SUS) é uma das iniciativas de maior sucesso na luta por uma saúde pública, gratuita, inclusiva e de qualidade no mundo. Conquistado no bojo das lutas contra a Ditadura Militar, o SUS completa 30 anos em setembro de 2020 sendo considerado o maior sistema de saúde público e universal do mundo e servindo como exemplo para diversas iniciativas ao redor do planeta. No entanto, durante todo esse período em que o sistema deveria ser fortalecido para oferecer um atendimento e acompanhamento de qualidade para a população brasileira, tão carente de direitos, o mesmo sofre diversos ataques que minam a sua busca por uma saúde universal em nosso país.
Denúncias contra o desmonte do SUS não faltam nesses 30 anos de jornada: constantes cortes de verbas, ausência de concursos para profissionais, falta de incentivo para capacitação e atuação dos profissionais, ameaça de terceirização irrestrita e mesmo de privatização para atender as pressões dos lobistas da saúde privada. Todos os governos, em maior ou menor grau, atacaram o sistema impedimento seu fortalecimento, e as consequências desses ataques são trágicas.
No ano em que o SUS completa 30 anos, a pandemia de COVID-19 (popularmente conhecida como Coronavírus) impõe um desafio gigantesco ao Brasil no que diz respeito dos cuidados com a população, e mostrou que existe um abismo gigantesco entre ricos e pobres no acesso ao direito constitucional mais básico do povo que é a saúde. Os constantes ataques de anos que tiveram como objetivo sucatear o SUS escancararam as condições das unidades de saúde públicas, que mal conseguem se sustentar com os pouquíssimos recursos que dispõem, assim como mostrou o enorme déficit de profissionais, que tiveram que se dedicar até a exaustão física e psicológica para atender os inúmeros casos de COVID. O sucateamento do SUS também impactou diretamente a população: só do Rio de Janeiro a fila de espera na rede pública para internações relativas ao Coronavírus chegou a ter 1.000 (mil) pessoas. Enquanto isso, a rede privada tinha leitos de sobra e os lucros dos empresários do setor aumentavam exponencialmente.
É uma relação simples de se entender: o lobby dos megaempresários da saúde privada para o sucateamento do SUS ocorre porque com um sistema de saúde universal, público, gratuito e de qualidade não permite que aqueles que enxergam a saúde como uma mercadoria e o paciente como um cliente enriqueçam às custas do sofrimento do povo. Para os empresários da saúde pouco importa que a COVID-19 já tenha vitimado fatalmente mais de 135 mil cidadãos brasileiros, desde que os lucros sigam altos.
Por isso é necessário defender o SUS. Nesses 30 anos de existência o sistema já garantiu saúde de qualidade para muitas pessoas, mesmo com todos os ataques que vem sofrendo. O SUS precisa de investimentos maciços para melhoria e modernização das unidades de saúde públicas, aquisição de equipamentos e insumos de primeira qualidade, garantia para seus trabalhadores que dedicam suas vidas em prol do bem universal da saúde para a população, concursos públicos para aumentar suas equipes. Defender o Sistema Único de Saúde é defender que você, cidadão, tenha o direito de ser bem atendido, de ser bem cuidado, de ser visto como importante na sociedade independente de sexo, cor, etnia ou poder financeiro.
O SUS é universal e a luta por sua existência também deve ser. Que o povo brasileiro defenda seu direito à saúde como um dos pilares para a construção de uma nação forte!
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