Vivemos novos tempos no que tange aos direitos da pessoa negra, no Brasil e no restante do mundo. A luta contra o racismo não é nova, mas ganhou abrangência poucas vezes vista na História. Deixou de ser um movimento local para tornar-se uma manifestação conjunta em todo o mundo.
No Brasil, as ações afirmativas para a população negra implementadas sobretudo nas últimas duas décadas e a crescente conscientização da população negra sobre seus direitos se retroalimentam no sentido da inserção desta parcela social, a maioria vale lembrar, a espaços que historicamente lhes foram impedidos.
A internet e as ferramentas tecnológicas disponíveis, ainda que não amplamente acessíveis, têm explicitado de forma irrefutável o que todos já sabiam, mas alguns, por conveniência ou por má-fé, ignoravam ou até afirmavam o contrário: somos um país racista! Não apenas isso. Tem tornado igualmente público as ações que tentam passar a mensagem de que a luta do movimento negro não será vitoriosa. Ou será mera coincidência que um policial de São Paulo tenha pisado no pescoço de uma mulher semanas após a morte de George Floyd por um policial estadunidense que se ajoelhara também sobre seu pescoço?
Na base deste e de outros acontecimentos de orientação racista está um contexto social marcado pelo racismo institucionalizado. Uma estrutura social fomentada por séculos e que teve como marco a escravidão negra, que atribuía ao negro um papel social de subserviência e privação de igualdade de tratamento para com a população branca. E que hoje, se não mais se materializam de forma generalizada nas relações de trabalho, se fazem presentes, por exemplo, em ações e comentários cotidianos que se valem das características da população negra para desqualificá-la.
O Sintuperj se coloca intransigentemente contra qualquer tipo de discriminação étnica, social, religiosa, de gênero entre outros. Sobre o racismo especificamente, defende ainda que as diversas instituições adotem ações no sentido de acabar com o sistema construído historicamente de forma exclusiva para os brancos e, desta forma, contribuam para a inserção social plena da população negra. Para que esta tenha os mesmos deveres sem ser privada dos mesmos direitos.
Fonte da imagem: site Alma Preta