A vacinação de todos os trabalhadores que atuam nas unidades de Saúde da Uerj foi uma das principais demandas reclamadas pelos técnico-administrativos da Uerj, na assembleia virtual realizada nesta segunda-feira (08/02). Durante a sessão, os trabalhadores criticaram o fato de apenas profissionais que tratam de pacientes com Covid-19 fazerem parte do grupo prioritário de vacinação. Entre os argumentos a favor da vacinação de todos os trabalhadores das unidades de Saúde, estão a alta exposição destes por atuarem em ambientes hospitalares e a própria proximidade com o translado de doentes. Outro fator importante se deve ao fato de o Hospital Universitário Pedro Ernesto e a Policlínica Piquet Carneiro serem instituições de referência de combate à Covid-19, o que amplia ainda mais a exposição de seus funcionários. Nesse sentido, os trabalhadores defenderam a formação de uma comissão para dialogar com a Reitoria.
Sobre uma possível ação judicial para ampliar a vacinação para todos os trabalhadores das unidades de Saúde, o coordenador Jurídico Sérgio Dutra explicou que a Assessoria Jurídica do Sintuperj está trabalhando no sentido de arregimentar subsídios técnicos junto ao Dessaúde para que o sindicato requeira tal ampliação das prioridades. No entanto, segundo ele, a forma mais rápida de se conseguir o pleito é pela via política, pois a via judicial está baseada à alguma ilegalidade.
Entre os informes da Direção Executiva do Sintuperj, a coordenadora geral Cassia Gonçalves relatou as cobranças que o sindicato tem feito junto à Administração Central da Uerj. Entre elas, o processo de parametrização visando o enquadramento dos servidores nos níveis A3 e A4. A diretora afirmou à Superintendência de Gestão de pessoas (SGP) que vários servidores em condições de se aposentar estão apenas aguardando o referido processo. Além disso, também foram cobradas as últimas progressões que deveriam ter ocorrido em março de 2020. Em resposta, de acordo com Cássia, a SGP alegou que alguns entraves atrapalharam o andamento das pautas. Mas que nos próximos meses elas devem ser resolvidas.
Em relação à progressão na carreira em agosto de 2021, a coordenadora explicou que foi informada pela SGP que a progressão ocorrerá em bloco, e não de acordo com a data de entrada de cada servidor, sendo este o mais justo. A Superintendência afirmou que haverá uma reformulação do setor de Tecnologia da Informação da Uerj e que, posteriormente, as diferenças nas progressões serão pagas retroativamente.
Triênios
A coordenadora ainda ressaltou que desde de julho de 2020 o Sintuperj é amicus curiae (parte interessada) em processo de inconstitucionalidade sobre a não contagem de tempo durante a pandemia para efeitos de triênios e progressões, o que dispensa a entrada de ações judiciais específicas de proteção a este direito, como especulado por alguns servidores preocupados com a reforma administrativa, e que poderia até mesmo atrapalhar.
Insalubridade
Sobre o pagamento do adicional de insalubridade de 40% aos profissionais da Uerj que compõem a linha de frente de combate Covid-19, Cássia afirmou que os servidores começaram a receber, e que os que ainda não receberam estão na dependência de suas chefias reconfirmarem a listagem dos servidores que fazem jus aos critérios de recebimento, já que muitas das primeiras listas enviadas pelas chefias incluíam nomes que não atendem aos critérios. O que atrasou o referido pagamento.
Por fim, a coordenadora ainda ressaltou que pela manhã havia solicitado à Reitoria a realização de uma reunião virtual com a presença do Sintuperj, de representantes da base da categoria, da Superintendência de Gestão de Pessoas para tratar das diversas demandas apresentadas.
Coletividade x individualismo
O coordenador de Formação e Comunicação Sindical Carlos Alberto Silveira fez duras críticas ao grupo de servidores que se intitulam “oposição ao sindicato” pelo uso eleitoreiro do ato público realizado no último dia 27 de janeiro, em frente ao Hospital Pedro Ernesto. Carlos lembrou que o ato foi proposto na assembleia virtual do dia 13 de janeiro e, como foi aprovado, tornou-se pauta coletiva a ser encabeçada pelo Sintuperj, legítimo representante dos técnico-administrativos das universidades públicas estaduais fluminenses. Dessa forma, o sindicato procedeu com as devidas divulgações e convocações para a manifestação. Mas para a surpresa e decepção dos presentes, o oportunismo eleitoreiro se materializou nas assinaturas das faixas expostas pelos servidores que se dizem “de oposição ao Sintuperj”. O coordenador classificou o uso indevido das mídias do Sintuperj como uma atitude abjeta, uma “facada nas costas”. “Não se pode usar a mídia oficial do Sintuperj para interesses próprios”, afirmou Carlos.
Veja abaixo as deliberações aprovadas na assembleia: