Foi lançada neste mês de janeiro a campanha contra a proposta de Reforma Administrativa do Governo Federal, que tem como mote a defesa do Sistema único de Saúde, o SUS. Neste momento, em que todos os esforços deveriam estar voltados para o combate à pandemia de Covid-19 e a saúde da população está ameaçada, existe um forte lobby para que seja aprovada a PEC 32/2020, que disfarçada de “reforma” tem o objetivo de dizimar o serviço público no Brasil, acabando com a estabilidade, com os benefícios justos para aqueles que dedicam suas vidas para servir a população brasileira e escancara de vez o caminho para a corrupção, permitindo que os trabalhadores ligados à administração pública sejam indicados por políticos sofrendo todo e qualquer tipo de assédio moral.
Segundo o Comitê em Defesa da Vida – RJ, que é articulador da campanha, a prioridade do Governo Federal e das demais esferas de poder neste momento deve ser a garantia de vacinação geral da população, de forma gratuita pelo SUS. A pandemia de Covid-19 provoca neste início de 2021 cenas dramáticas em algumas cidades, a exemplo de Manaus, onde faltou inclusive oxigênio para os pacientes. Até o momento são mais de 200 mil mortes em decorrência da Covid-19, podendo ser muito mais (pois existem denúncias de subnotificação). Desmontar o SUS por meio de uma Reforma Administrativa é impedir que a população tenha acesso digno aos cuidados com sua saúde, que já sofrem com todo tipo de desassistência. Mais uma vez o SUS se mostrou essencial com seu caráter universal e gratuito, oferecendo atendimento a todos que necessitam através de seus profissionais.
Também é importante ressaltar que a defesa do serviço público passa por defender também os centros de pesquisa nacionais, que mais uma vez tomaram a posição de vanguarda nacional e internacionalmente. A atuação do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no desenvolvimento e produção de vacinas contra a Covid-19 (em conjunto com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, a universidade inglesa de Oxford e o laboratório britânico Astrazeneca) reforçam a necessidade de manutenção do caráter público dessas instituições centenárias, que colocaram sua expertise a serviço da população brasileira mesmo com todas as tentativas de boicote e de desinformação alavancadas por alguns representantes de nossa política.
Ainda é necessário que o isolamento social enquanto deva ser defendido e incentivado enquanto a vacinação não alcançar toda a população e a pandemia não estiver controlada, assim como todos os cuidados devem ser tomados para impedir a contaminação nas atividades do dia a dia. E por isso, o comitê também aborda em sua campanha que as atividades na área da educação, tanto pública quanto particular, só devam ser retomadas após a imunização de toda a comunidade escolar. É preciso que as recomendações dos cientistas e pesquisadores das áreas de saúde, em especial a de epidemiologia, sejam seguidas, e a pressão política para que a retomada das atividades presenciais nas escolas não deve ser tolerada.