Os trabalhadores de todo o país foram às ruas nessa quarta-feira (18/08) em protesto à Proposta de Emenda Constitucional 32 (PEC 32), que prevê a reforma administrativa do serviço público. Em tramitação no Congresso Nacional, a PEC extingue o Regime Jurídico Único (RJU), cria novas possibilidades de exoneração e flexibiliza a estabilidade.
Às pessoas que transitavam pelo entorno da Igreja da Candelária, região central do Rio de Janeiro, os manifestantes ressaltaram que a PEC não acaba somente com o servidor público, mas sim com o próprio serviço público. Isto significa que para ter acesso a direitos sociais básicos, como Saúde e Educação, a população mais pobre terá de pagar. E como alerta destacaram que somente o povo na rua pode mudar o sombrio cenário que se aproxima.
Na prática, a chamada “reforma” deteriora a prestação dos serviços à sociedade e transforma-o em um ‘cabide de emprego’, sujeito a influências políticas. Isto fere o princípio da impessoalidade na Administração Pública.
A coordenadora geral do Sintuperj Regina de Souza afirmou que “não existe serviço público sem servidor público”. Fazendo uma análise do caráter antipopular do atual governo, que ataca direitos básicos das populações mais pobres, ela lembrou do recente pronunciamento do ministro da Educação que afirmou que “universidade deveria ser para poucos”. De acordo com Regina, a fala retrata a intenção de excluir a população pobre das altas posições da sociedade e criar nela um sentimento de desesperança.
Na sequência do ato público, foi realizada uma passeata pela Avenida Rio Branco até o ‘buraco do lume’, que fica próximo da nova sede da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Pelo Sintuperj, participaram ainda da manifestação a coordenadora geral Cassia Gonçalves e a coordenadora de Saúde e Segurança do Trabalhador, Simone Damasceno.