Neste domingo, 08/03, é celebrado o Dia Internacional de Luta das Mulheres, ou conforme ficou conhecido popularmente, o Dia da Mulher. A data, que tem origem no movimento operário, serve para relembrar as lutas já travadas e as conquistas obtidas pelas mulheres em diversos campos da sociedade. Vitórias como o voto feminino, conquistado em 1932, são exemplos emblemáticos que provam a força e a união das mulheres em nossa sociedade.
No entanto, esta luta não inicia no século XX. Desde os primeiros anos de domínio português no Brasil as mulheres estão na linha de frente defendendo sua emancipação. Lideranças negras como Aqualtune e Dandara (duas gerações de mulheres que exerceram liderança no Quilombo dos Palmares, nos séculos XVI e XVII), Teresa de Benguela (líder do Quilombo do Piolho, que resistiu a vários ataques no século XVIII), Maria Filipa (líder das lutas pela Independência na Bahia, em 1822) e Luisa Mahin (uma das principais articuladoras da Revolta dos Malês, em 1835 se juntam a exemplos de resistência contemporânea como Eugênia Pereyra, Celina Viana e Bertha Lutz (fundadoras do Movimento Sufragista Brasileiro) para contar a história de lutas e vitórias das mulheres no Brasil.
O golpe militar de 1964 e a ditadura reprimiram e sufocaram o movimento feminista. Porém, na década de 1980, a luta pela redemocratização trouxe também uma crescente luta contra as desigualdades de Gênero. Apesar do cenário desfavorável daquele momento, grupos feministas de várias regiões do país e trabalhadoras do campo e da cidade de várias etnias se mobilizaram para discutir e apresentar propostas que atendessem as demandas das mulheres.
Apesar de todos os problemas enfrentados pelas mulheres, hoje passamos por uma revolução silenciosa, que pode ser vista nas faculdades. Em todos os cursos de graduação, especialização, doutorado e pós-doutorado, têm uma predominância do sexo feminino. As mulheres além de ser maioria, são também as mais assíduas, pontuais e muito mais disciplinadas para estudar. Se as coisas continuarem assim, certamente teremos um futuro de muitas conquistas e vitórias para ambos os sexos.
É importante ainda ressaltar a inteligência, a fibra e a força das mulheres brasileiras que ousam lutar e sonhar na atual sociedade brasileira, onde o machismo estrutural se soma às manifestações conservadoras contra toda e qualquer luta progressista e buscam calar as vozes dos movimentos feministas. Na atual representação política do país, onde as mulheres estão relegadas a peças meramente decorativas e onde é reafirmado o conceito de “companheira submissa e obediente”, o grito das mulheres por independência e soberania deve ecoar alto, em todos os cantos, para dar uma resposta a todo o conservadorismo.
Lutar por um país democrático é lutar acima de tudo pela igualdade de gênero. O Sintuperj parabeniza todas as mulheres pelo seu dia e reafirma seu compromisso em defesa das pautas em defesa da emancipação das mulheres.
Não calarão as mulheres de luta! Não haverá Brasil sem a soberania feminina!
Elaboração do texto:
– Regina de Souza / Coordenadora Geral do Sintuperj (Quadriênio 2019-2022)
– Diedro Barros / Imprensa Sintuperj.
Com informações de:
– Caderno de Gênero da Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres;
– Guia do estudante;
– https://vermelho.org.br/2007/03/14/a-mulher-na-sociedade-brasileira/